segunda-feira, 18 de abril de 2016

Crespúculo

Vampiros do Senhor
Do seu sangue não quero beber
Tenho o suficiente em minhas veias
Teu sangue é tão inócuo quanto o meu
Amém, Amém, Amém
Do sangue e do corpo tenho pavor
Quem irá me liberar
Desse ventre seco
de onde só ouço ladainhas
Do ventre da mãe amada
Para uma pátria idolatrada
Se ao menos fosse letrada
Aceitaria a pedrada
E com o crânio rachado a sangrar
Até a morte chegar e me levar
Mas não tenho tanta sorte assim
E o que resta é esperar
O sangue parar de correr
E eu aqui a definhar
Acreditando que alguém
Venha me salvar
Eu calço é 37, mas meu pai me dá 36.

Recomendo: Sapato 36

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